domingo, 9 de novembro de 2008

A IDADE DO "NÃO SER": OS PRIMEIROS ANOS DO RESTO DE NOSSAS VIDAS


A idade do "NÃO SER": para me referir aqui a este seguimento, normalmente agitado e, as vezes motriz de grandes mudanças sociais, usarei o termo pós-adolescênte. Contextuado nesse termo temos: os estudantes secundaristas e os primeiranistas da universidade; temos ainda todo e qualquer adulto jovem que enfrenta os primeiros anos do resto de suas vidas, estudantes ou não.
A cada angústia, a cada sofrimento desencadeado pelas dúvidas do porvir, que este grupo de pessoas passam, arrastam com eles a incompreensão e a vontade de participação de um cem número de outras pessoas que compõem o seu círculo de relações: pais, amigos, namorados, professores, enfim, todos que de uma forma ou de outra, fazem parte de seus cotidianos.
Pois bem, quais as razões de tantas dúvidas? Se acompanharmos o processo de desenvolvimento do indivíduo, e detectarmos que esse
desenvolvimento é processual e, como diria Piaget, "Construtivo" de assimilação e acomodação, poderíamos pensar que este adulto jovem ou pós-adolescente deveria chegar a este ponto, com uma estrutura de pensamento bem definida, o que o habilitaria ao curso, sem grandes atropelos, da responsabilidade adulta. Mas, isto não se dá de fato.
Erik H. Erikson, estabeleceu que antes deste ponto da vida, ou seja, durante a adolescência o indivíduo passa pela crise de identidade e confusão de papéis, onde impulsionado pela revolução fisiológica, começa a questionar o que se apresenta aos olhos dos outros e o que realmente sente; começa a colocar em cheque os papéis que lhe cabiam anteriormente com os que tem que desempenhar agora, ou seja, parte para a busca de um novo sentido de continuidade e coerência frente à sua participação social. Ao fim deste estágio, indivíduo encara uma nova crise, agora em relação à individualidade e ao isolamento. O adulto jovem emerge da busca e persistência de uma identidade e parte para a fusão da sua identidade com a de outro, o que pode faze-lo verter para o isolamento.
Bom, se pensarmos como Schopenhauer, que o mundo é uma representação minha e que a vontade é a essência de compreensão desse mundo e, ainda que a vontade nada mais é de que a expressão de meu corpo, poderíamos conjecturar que aquelas angústias e sofrimentos mencionados no início, tem sua origem no conflito de representações do mundo em suas categorias espaço-temporais. Aquilo que foi estabelecido até o início da adolescência e questionado durante ela, como verdades, e que passou a ser a representação de pessoa, passa agora com o pós-adolescênte a ser conflitivo, já que dentro de sua individualidade, busca a fusão de sua identidade. A escola, o trabalho, ou mesmo o matrimônio, sugerem novas representações, o que deverá ocasionar uma ruptura na estrutura de pensamento já elaborada.
Definido isto, como participar deste momento? Aqui passaremos a seguir os passos de Gadamer e seus pré-juízos: Para ele a interpretação se dá a luz do que se sabe e sempre estaremos sujeitos a interpretações falhas, já que carregamos um complexo cultural de pré-juizos (nossa história pessoal). Então o melhor caminho é ter consciência desses pré-juizos e com eles propor um sentido após o outro, ou melhor, provocar a interação do sentimento e propor caminhos melhores de soluções baseados naquilo que nos conta o outro. A sua história

4 comentários:

  1. Achei interessante essa análise, especialmente porque coincidiu com o momento em que estou vivenciando novamente.
    Relações humanas são conflitivas mesmo, ainda que se dê consigo mesmo... quero continuar a pensar mais um pouco sobre este assunto para escrever aqui novamente

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  2. É certeza que hoje os adolecentes tem se tornado cada vez mais responsaveis e com obrigações.Talvez a educação que temos em casa não tenha sido o bastante aprendemos ser filhos perfeitos,mas não profissionais para o mercado.
    E então a sociedade nós cobra comprometimento mais frio e determinado.E quando recebemos uma atenção para o trabalho mal feito,por correr compulsivamente,e pelo acumulo de centenas de coisas que devemos resolver.
    Um fato ocorre ,entramos em crise,e entramos no isolamento porque estamos tão cansados fisicamente quanto emocionalmente.

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  3. Essa fase está entre a adolescencia e a maturação. Maturação a qual sera cobrada responsabilidades, atitudes moralistas impostas pela sociedade, e será julgado por todas suas ações. Ao contrário da adoslescencia, a qual todo o feito "errado" é por culpa da fase vivida. Quem quer ter maiores responsabilidades? nao seria muito mais facil nao sermos julgados por nossos atos? Temos que passar de uma época sem preocupações para nos encaixarmos em regras pré-estabelecidas que muitas vezes nao concordamos. Daí os conflitos, pessoais e com tudo que os cercam.

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  4. Meire Cristina disse...
    Pelo que estudamos sobre Ensino a Distância ele vem conquistando seu espaço e ganhando credibilidade no setor da educação, por se tornar a cada dia um ensino de qualidade que possibilita a aprendizagem a um número maior de pessoas, que busca por informações, conhecimento para ingressar no mercado de trabalho com as mesma bagagem de um curso presencial.Por ser um curso a distância seu custo é menor e dá mais oportunidades as pessoas, que com esforço e dedicação podem atingir objetivos tão satisfatórios como em um curso presencial.Mas é indispensável que o que o aluno tenha força de vontade e busque por informações, já que alunos e professores na sua maioria estaram conectados por tecnologias como a internet que hoje se tornou um dos maiores, senão o maior veículo de comunicação do mundo.O EaD vem para facilitar e trabalhar a força de vontade daqueles que buscam conhecimento de qualidade, com a diferença de que um aluno do EaD tem que se superar no quesito força de vontade para alcançar seu objetivo.

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